quarta-feira, 30 de maio de 2012

Helmet - Meantime (1992)
















Meantime é o segundo álbum dos nova-yorkinos do Helmet e o que expandiu a banda e seu estilo único de fazer som pesado para o mundo. Foi o primeiro álbum deles gravado sob contrato com uma grande gravadora (Interscope Records), porém o último com o guitarrista-base Peter Mengede. Dessa vez o grupo optou por um direcionamento mais homogêneo em termos de composições e riffs. Claro, tudo bem alto e distorcido!

Exatamente nesse mesmo ano, o grunge de Seattle explodia nas paradas de sucesso. O que acarretou na época do Helmet ser chamado de "urban grunge" (grunge urbano). Mas a realidade é que o Page Hamilton e cia mostram novamente através do Meantime que o seu som é metal pesado e bem barulhento, no nível de Biohazard, Pantera, Sepultura, com toques de Sonic Youth.

"In the Meantime" é abrasiva, já começa com uma puta barulheira infernal e um riff bem característico deles. Em seguida "Ironhead" tem a técnica afiada a la Metallica, com guitarras estridentes no "solo" (parece que a guitarra está sendo lixada!).  

"Give It" é arrastada e chama atenção pela introdução de baixo. O riff é pesado e culmina em partes onde mais guitarras barulheiras reinam, com Page cantando com a voz grossa e empostada: vocal marcante cujo o dono não consegue mais fazê-lo hoje em dia.
Eis que "Unsung" é a quarta faixa e a música mais famosa deles. No Brasil e no mundo o Helmet ainda é lembrado por ela, que tem uma pegada punk hardcore com o peso metaleiro. (Opinião minha: maior parte das pessoas acham que Page Hamilton está cantando igual ao Ozzy Osbourne nessa música. Eu não acho. Ouça e tire suas conclusões.)

Talvez "Turned Out" seja a mais esquisita desse álbum. Com tempo e compasso quebrados, a música é porradeira e louca. Melhor parte é o vocal esgoelado no final.

"He Feels Bad" tem um clima meio morgado, meio que como uma narrativa. Porém ela - e esse disco - não seriam a mesma coisa se não fosse pelo incrível John Stanier arrebentando no bumbo, caixa e viradas no final. "Better" tem um refrão suigado incrível, de dar inveja no Rage Against the Machine. O riff ao estilo "mais do mesmo" com o groove faz o ouvinte querer pular e dar mosh no alto do armário.


Em "You Borrowed" é bem interessante o vocal dobrado no refrão. Melhor ainda é o final onde Stanier desce o braço num momento "solo" seu. Chega a lembrar as batucadas das escolas de samba.


"FBLA II" não tem lá muito a ver com "FBLA", quinta faixa do primeiro álbum Strap It On. Ela é menos berrada, um pouco mais longa, riffs em staccato e refrão colante. Destaque para o solo de bateria: John dá um verdadeiro show!


O álbum fecha com a homogeneizada "Role Model". Suigue e peso misturados de uma maneira não tão pretensiosa, mais simples, porém não menos legal.

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