domingo, 8 de julho de 2012

Napalm Death - Fear, Emptiness, Despair (1994)















Fear, Emptiness and Despair é o quinto álbum dos ingleses do Napalm Death, banda cuja qual é considerada criadora do "grindcore", que é definitivamente o tipo de música mais violenta e infernal que existe. O resultado geral desse trabalho é positivo. Vemos aqui um verdadeiro amadurecimento da banda, se formos comparar com o "Utopia Banished" (1992) ou com o destruidor "From Enslavement to Obliteration" (1988).

Aqui os arranjos e composições estão mais detalhados, riffs mais interessantes e matadores. Obviamente não largando as famosas blast-beats, o Napalm dessa vez mesclou suas características extremistas com um pouco mais de sabedoria, técnica: é basicamente uma mistura de death metal com grindcore e vocais guturais diabólicos do louco Mark Greenway.

De cara a implacável "Twist the Knife(Slowly)" começa quebrando tudo e mostrando um lado mais variado da banda em termos de mudança de ritmos e riffs. "Hung" é outra faixa que também mostra esse approach death-metal quebrado dos caras, só que mesclando com as destruidoras blast-beats de Danny Herrera.

"Remain Nameless" tem uma bela variação de riffs, com uma pegada mais hardcore ao estilo Carcass-Morbid Angel de ser. A mesma coisa acontece em "Plague Rages", que tem um belo refrão e sessões blast. É uma das faixas que tiveram videoclip rolando no Fúria MTV.

"More Than Meets The Eyes" mostra realmente que o Napalm Death pode ser pesado, porém palatável. O foco nessa música - assim no disco inteiro - é fazer uma sonzeira pesadíssima, porém legal e mais elaborada, sem ir diretamente à mais pura estupidez. Uma das melhores que eles já fizeram.

"Primed Time" é um verdadeiro soco na cara. A barulheira infernal impera junto de letras apocalípticas, o mundo como uma desgraça e a humanidade como uma grande corja de porcos egoístas: coisa que os caras são especialistas em falar.

Aqui também temos faixas mais experimentalistas como a incrível "State of Mind" e "Armagedon X 7". Batidas diferentes, pegada industrial e riffs de death metal são
adicionados ao requinte da banda. Mais um ponto para eles em termos de amadurecimento.

Uma das mais legais desse álbum também é "Retching on the Dirt". Riff matador, um groove legal, Danny Herrera oscilando em suinge e espancamento, fora Mark mostrando seu vocal grotesco. Reza a lenda que antes dos shows da banda, Mark passava xilocaína na garganta para poder aguentar fazer sua voz monstruosa por durante horas.
 
"Fasting on Deception" e "Throwaway" mostram o mais puro groove-death-metal e sessões blast, só para ratificar uma nova tendência a ser explorada pela banda.

"Truth Drug" fecha o disco com muita personalidade e chute no ouvido dos fãs. Talvez o Sepultura e Pantera não fossem tão pesados e agressivos nessa época como o Napalm Death.  

E provavelmente quem ouvir e analisar vai perceber que bandas como Slipknot, Lamb of God, Hatebreed, Extreme Noise Terror, Locust, entre muitos outros foram e são fortemente influenciados pelo som destruidor dessa banda. Verdadeiros pioneiros em música brutal.

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